(Can You Ever Forgive Me?, 2018)
Diretora: Marielle Heller
Poderia Me Perdoar?, baseado em eventos reais, conta a história de Lee Israel (Melissa McCarthy), aclamada autora de biografias que ganhou notoriedade nas décadas de 60, 70 e 80 publicando obras sobre mulheres que triunfaram em suas áreas, como as atrizes Katharine Hepburn e Tallulah Bankhead, ou a executiva dos cosméticos Estée Lauder. Mas, em 1991, a escritora está falida pois ninguém do campo editorial se interessa por suas propostas de biografias, fora de sintonia com o mercado. Assim, Lee Israel começa a improvisar e passa a falsificar cartas, documentos e anotações de pessoas famosas, com a intenção de vender a colecionadores.
Mesmo se tratando de uma história que se passa nos anos 90 e uma jornada nada comum, é fácil se identificar com os problemas que a protagonista precisa lidar pois eles são concretos e reais: a perda do emprego, a necessidade de pagar um aluguel atrasado, um gato velhinho que precisa de remédios. Além disso, Lee Israel enfrenta uma outra problemática comum da nossa atual sociedade: a dificuldade de se relacionar, em qualquer nível. O mais bonito desse filme é a medida certa em que os “problemas da vida real” e as inquietações internas das personagens estão interligadas. Assim como no nosso dia-a-dia, não se pode parar e tudo só vai acontecendo ao mesmo tempo.
O filme foi indicado ao Oscar 2019 nas categorias Roteiro Adaptado, Melhor Atriz (Melissa McCarthy) e Melhor Ator Coadjuvante (Richard E. Grant).
(Hikari, 2017)
Diretora: Naomi Kawase
Uma escritora de versões de filmes para deficientes visuais conhece um fotógrafo mais velho que está perdendo, aos poucos, a sua visão.
Esse é o filme mais recente de Naomi Kawase, diretora japonesa que já tem uma carreira consolidada e várias passagens por grandes festivais como Cannes. Ela tem realizado um movimento, desde O Segredo das Águas (Futatsume no Mado, 2014), de tornar seus filmes mais “acessíveis” para o grande público. Com Esplendor não é diferente. Temos um roteiro com conflitos muito bem definidos e que serve de espinha dorsal para que possam existir os momentos de contemplação pelos quais Kawase é conhecida. O filme é um romance delicado e profundo.
Hikari ganhou o prêmio do Júri ecumênico do Festival de Cannes em 2017.
(2018)
Diretora: Fernanda Pessoa
Uma releitura histórica sobre o período da Ditadura Militar no Brasil retratada através de imagens e sons exclusivos das pornochanchadas, o gênero mais visto e produzido no país durante a década de 70. A violência do Estado, a luta armada e a modernização brasileira são exemplos de situações históricas que podem ser visualizadas por meio dessas obras cinematográficas.
Filme mais que necessário de se ver hoje, nesse momento que estamos vivendo no Brasil.
Está disponível no catálogo da Netflix.
(De Jueves a Domingo, 2012)
Diretora: Dominga Sotomayor Castillo
Duas crianças viajam com seus pais de Santiago até o norte do Chile para um feriado de uma típica família de classe média. A solidão da paisagem de estrada e o confinamento do carro ajudam a trazer à tona os problemas do casal. O relacionamento é todo visto do banco de trás de um Mazda 929. Assim, as crianças percebem que essa pode ser a despedida do pai, e também a última viagem em família.
Esse é o primeiro longa da diretora Dominga Sotomayor Castillo. Um filme que aposta mais na contemplação do que nos grandes conflitos. Como espectadorx, vamos entendendo a trama, os conflitos do casal, a dinâmica familiar, na medida que a viagem já está acontecendo. Não sabemos o motivo da viagem, não sabemos ao certo onde eles estão indo de cara. Só sabemos que estamos indo. Para quem gosta de filmes de estrada e de família, com certeza vai gostar desse longa.
(A League of Their Own, 1992)
Diretora: Penny Marshall
Baseado em fatos reais, o filme mostra a história da liga feminina de beisebol que começou quando soldados americanos estavam combatendo na Segunda Guerra Mundial. Depois que um time foi recrutado, o ex-jogador Jimmy Dugan (Tom Hanks) começa o treinamento das garotas para o campeonato.
Estrelado por Geena Davis, Lori Petty, Tom Hanks, Madonna (isso mesmo que você leu, Madonna) e Rosie O’Donnell, esse é um dos melhores filmes de esporte que eu já assisti. Penny Marshall consegue construir a tensão necessária para que você se sinta num estádio de baseball e torça pelos times. O filme não passa por cima das questões de gênero e traz discussões interessantes para a época e que continuam atuais. Uma Equipe Muito Especial é daqueles filmes envolventes de sessão da tarde que só deixam você levantar da cadeira depois que acabam.
#DesafioVejaMulheres2019
Uma capricorniana Bacharel em Cinema e Audiovisual. Diretora, roteirista, curadora e uma DJ formidável nas horas vagas. Grenda divide seu tempo entre o cinema, o cigarro e o litrão barato. Sabe dar conselhos e sermões como ninguém e dentre todos os seus vícios, o maior deles é a tabela de Excel.