Mais um ano se encerra e, novamente, me pego pensando que não ando assistindo tantas séries quanto antigamente, só que dessa vez tenho uma desculpa pelo menos: muito além de ter sido um ano para lá de conturbado, com tudo que tinha direito, inclusive Copa do Mundo e Eleições, 2018 também foi o ano em que eu me graduei em Cinema e Audiovisual! (Se antes eu já era um nojo, agora vou estar impossível, me aguentem, haha!) E o trabalho de conclusão de curso tomou todo o meu ano, acabei dando uma “pausada” nas séries que eu acompanhava, foram poucas as que eu consegui assistir, quiçá maratonar. Com exceção de American Vandal, presente na minha lista de séries veteranas e que continua sendo a série mais subestimada da Netflix. Aliás, a série foi, infelizmente, cancelada esse ano. O humor e da competência satírica de American Vandal vai fazer muita falta. Por outro lado, 2018 também foi marcado com o meu retorno triunfal às séries animadas. De longe, o que mais consumi. (E não adianta vir nos comentários não, se eu consigo marcar no TV Show Time, é série!)
Menção Honrosa: Cobra Kai (Josh Heald, Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg) YouTube Premium
ELVIO FRANKLIN
Em 2018 acabei dando mais prioridade para séries que estavam começando, o que foi ótimo, pois descobri séries completamente apaixonantes como Kidding e She-Ra, e uma série que foi fundo demais no meu emocional, que foi The Terror, mas por outro lado acabei negligenciando temporadas que eu certamente colocaria nessa lista como Preacher (2016 -), Ozark (2017 -) e Better Call Saul (2015 -). Foi um ano cheio de altos e baixos (talvez mais baixos do que altos), possivelmente refletindo o contexto geral do meu próprio ano, mas tive o prazer de me emocionar com a series finale de uma série que aprendi a amar e que sempre vou achar subestimada, que é New Girl e também confirmei que Atlanta é uma das melhores coisas já feitas na história das séries. É isto. Queria ter visto mais, mas foi o que deu pra ver.
Menção Honrosa: Cobra Kai (Josh Heald, Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg) YouTube Premium
SAMUEL BRASILEIRO
Todos os anos quando me pedem para escrever uma lista de melhores filmes ou séries do ano, eu me pego pensando sobre como construir esse recorte. 2018 foi um ano partido ao meio. Como pensar o que nos afetava em janeiro e o que nos afeta em dezembro? É difícil falar com toda a certeza que iniciamos e terminamos o ano a mesma pessoa. Acredito que essa lista fale um pouco disso, pois apesar de representar o que foi me interessando ao longo dos doze meses, também possui muitas lacunas. As séries que escolhi são as que ficaram comigo do início do ano até o derradeiro mês de dezembro. São pequenas descobertas e indicações, que surgiram durante esse período. Nas veteranas acabei colocando somente segundas temporadas das séries que já assistia. Achei um pouco repetitivo, mas demonstra que muitas das imagens e narrativas que descobri ano passado ainda seguem comigo.
Esse ano vi algumas séries antigas completas como The Good Wife (2009 – 2016) e Veep (2012 -). Também resolvi começar algumas que ainda estão na ativa e estrearam nos anos passados como Atypical, Anne with an E, Queen Sugar e The Marvelous Mrs Maisel. Por isso quase não vi séries estreantes. Apesar de ter gostado bastante das que vi, diferente do ano passado, as séries veteranas – tanto as que eu já acompanhava, quanto as que descobri esse ano – foram as que mais me empolgaram. Não é à toa que a lista de veteranas ficou um pouco maior, foi realmente difícil escolher. Queria dar destaque a Queen Sugar dentre as minhas preferidas. Essa série foi meu grande achado desse ano porque fala de assuntos que são urgentes pra mim como se perceber enquanto corpo negro, entender seu lugar na militância e confrontos com a polícia, tudo isso num contexto que mistura esses assuntos às relações familiares e interpessoais. Além disso, o roteiro é bem estruturado, contando com episódios emocionantes e memoráveis. A série como um todo é muito bem feita em todos os aspectos técnicos e criativos.
VETERANAS
Queen Sugar – 3ª Temporada (Ava DuVarney) Oprah Winfrey Network
É possível que 2018 tenha sido o ano em que mais assisti séries para desopilar do âmbito familiar e também das loucuras que rolaram com a política nacional. Tendo dito isso, o conteúdo produzido esse ano para o meio comercial (especialmente o conteúdo produzido pela Netflix) foi de alta qualidade e serviu não só de válvula de escape e entretenimento como também acrescentou de forma significativa nos meus conhecimentos de escrita de roteiro para narrativa seriada. Sendo assim, segue minha contribuição para os melhores do ano de 2018.
VETERANAS
Anne with an E – 2ª temp (Moira Walley-Beckett) Netflix The Good Place – 3ª Temporada (Michael Schur) Netflix Castlevania – 2ª Temporada (Adi Shankar) Netflix Big Mouth – 2ª Temporada (Jennifer Flackett, Andrew Goldberg, Nick Kroll e Mark Levin) Netflix Atypical – 2ª Temporada (Robia Rashid) Netflix
Menção Honrosa: Brooklyn Nine-Nine – 5ª Temporada (Daniel J. Goor e Michael Schur) NBC
ESTREANTES
The Haunting of Hill House (Mike Flanagan) Netflix Everything Sucks! (Ben York Jones e Michael Mohan) Netflix Lost in Space (Matt Sazama, Burk Sharpless e Irwin Allen) Netflix Élite (Darío Madrona e Carlos Montero) Netflix Wanderlust (Nick Payne) Netflix
Menção Honrosa: Maniac (Cary Joji Fukunaga e Patrick Somerville) Netflix
ERIC MATHEUS
O ano de 2018 foi muito próspero quando se trata de propriedades originais estreando, assim como seriados repletos das mais variadas formas de diversidade. Quando eu penso nas melhores estreias que tive neste ano foi necessário um grande balanceamento, porque não quis aqui tratar das mesmas séries de que sempre falo. As série presentes na lista trazem um marco na indústria de séries com o número de pessoas trans participando da produção (Pose) e a maior surpresa dos fãs de quadrinhos neste ano (Titans). A série Killing Eve não poderia deixar de estar nessa lista, com indicação ao Golden Globe e a Sandra Oh. Que essa lista seja um brinde à Netflix pelas séries que balanceiam comédia e drama muito bem, assim como um protesto pelo cancelamento de On My Block. Sobre os melhores retornos do ano, achei necessário incluir You Me Her pela sua terceira temporada bem executada que trouxe um final (nem tão final) merecido da história do primeiro trisal protagonista de uma série. Luke Cage retornou realmente a prova de balas, desta vez com um enredo menos bagunçado e apostando mais em seus personagens de apoio. A série veterana How To Get Away with Murder parece ter voltado para sua quinta temporada apoiando mais em seus personagens em menos em assassinatos aleatórios e fatos chocantes. Runaways voltou recentemente para sua segunda temporada e trouxe muito mais do que prometeu, em questão de enredo, de efeitos e de personagens. Como um fã de quadrinhos e da série em particular não poderia a deixar de fora. Dear White People já ganhou meu coração na primeira temporada, mas a segunda temporada da série trouxe não só enredos mais amarrados como temas mais maduros. Além do mais, também contou com a presença da magnífica Tessa Thompson (que estreou no filme de mesmo nome).
VETERANAS
You Me Her – 3ª Temporada (John Scott Shepherd) Audience Network Luke Cage – 2ª Temporada (Cheo Hodari Coker) Netflix How to Get Away with Murder – 5ª Temporada (Peter Nowalk) ABC Runaways – 2ª Temporada (Stephanie Savage e Josh Schwartz) Hulu Dear White People – 2ª Temporada (Justin Simien) Netflix
ESTREANTES
Pose (Ryan Murphy, Brad Falchuk e Steven Canals) FX Titans (Akiva Goldsman, Geoff Johns e Greg Berlanti) DC Universe Good Girls (Jenna Bans) Netflix Killing Eve (Phoebe Waller-Bridge) BBC America On My Block (Lauren Iungerich, Eddie Gonzales e Jeremy Haft) Netflix
TATIANA FERREIRA
2018 nos trouxe um alto índice de adaptações para um mundo da televisão. Quadrinhos e livros tem se tornado fonte primária de histórias para os canais e serviços de streamings. É tanto que nem Shirley Jackson escapou! O terror psicológico trazidos por The Terror e The Haunting of Hill House, nos mostrou com o formato episódico é bem vindo para o efeito “slow burn”, aquela narrativa que precisa expandir seu suspense e nos faz sentir imerso em meio ao mistério e o medo. Pegando o caminho contrário, Ash junto com seus deadites deram um último adeus com muito sangue e tripas e Castlevania mostrou que games podem ser adaptados, e ainda trazer algo novo (e nos fazer baixar emuladores). Em meio à abundância de séries de quadrinhos, Chilling Adventures of Sabrina, Daredevil e o Titans preencheram o marasmo e se aproximaram mais da fidelidade com a sua mídia original. As meninas de Glow, mais uma vez, quebraram tudo e mostraram que luta livre é muita força, lágrimas e traições, mas, se você tem o conjunto de pessoas certas, é possível enfrentar tudo. Também é possível enfrentar muitas coisas tendo um matador de aluguel, é isso o que Barry diria. The Americans foi uma das maiores experiências televisivas que tive nesses 6 anos, acompanhar, dividir e sofrer a tensão com o casal Jennings foi muito mais do que eu estava preparada para uma série de TV entregar.
VETERANAS
Glow – 2ª temp (Liz Flahive e Carly Mensch) Netflix
Titans (Greg Berlanti, Akiva Goldsman e Geoff Johns) DC Universe
TAY MOREIRA
Dizer que esse ano foi atípico para narrativas seriadas seria uma mentira, a verdade é que já há alguns anos venho num movimento decrescente no quesito assistir séries e, cada vez mais preguiçosa para baixá-las. Fico presa àquelas que estreiam na Netflix, por isso, da minha seleção, todas podem ser encontradas no serviço de streaming – e eu de fato as recomendo. Entre as boas surpresas do ano tivemos Samantha!, que, admito, não me pegou de primeira, mas valeu a pena continuar; Queer Eye me fez chorar inúmeras vezes e muito ensinou sobre masculinidade tóxica; pegando um viés feminista temos as incríveis Chilling Adventures of Sabrina e Good Girls, mostrando que mulher é trem porreta mesmo, não importa a crença, idade ou trabalho. Por fim, Dark Tourist me trouxe vários sentimentos e tenho minhas ressalvas com o apresentador, mas a narrativa é incrível, tal qual sua fotografia. Já entre as veteranas, ressaltei as que continuaram com suas narrativas incríveis e de quem já sou fã desde o começo. claro que nada é perfeito, mas como admiradora das séries-de-30-minutos, ressalto todas essas que têm um lugar especial no meu coração.