2018 certamente foi um bom ano para Sony PlayStation. Lançamento de grandes jogos exclusivos como God of War e Detroit: Become Human certamente dão sustentação a essa afirmação. O segundo semestre também não fica para trás com grandes lançamentos, incluindo o exclusivo Marvel’s Spider-Man. Será que o jogo é tão bom como os outros do console da gigante japonesa? Vamos descobrir.
Primeiramente, a Marvel precisava de um grande jogo para a nova geração. Se sua popularidade nos cinema anda anos luz à frente de sua maior concorrente, DC Comics, no mundo dos jogos não era bem assim que ocorria. Franquias como Batman Arkham e Injustice dão larga vantagem aos Universo DC no mundo dos jogos. Spider-Man do PS4 tinha a difícil missão de colocar a Marvel no mesmo patamar de sua concorrente. E de certa forma, ela consegue. Para explicar melhor, eu falarei de narrativa, gráficos e gameplay para sustentar melhor meus argumentos.
A narrativa do jogo é fluída. O roteiro é bem competente, fugindo da tentação de contar uma história de origem, aqui já temos o Peter Parker como Spider-Man há pelo menos uns 8 anos. Portanto, toda a história do Tio Ben e do surgimento dos vilões não é muito bem explorada aqui (com exceção de um). A história aqui não é uma adaptação direta de nenhum quadrinho específico, porém traz elementos bastante conhecidos dos leitores dos quadrinhos do cabeça de teia. O jogo introduz bem os novos personagens e trabalha bem com o surgimento deles. Personagens como Mary Jane, Miles Morales e Tia May têm um peso bastante grande na narrativa e alguns são até jogáveis em algum momento do gameplay. Portanto, a história tem substância sim, ela consegue se sustentar bem como uma primeira história de um primeiro jogo, apesar de que pessoalmente, para mim, falta um vilão mais impactante, o jogo opta por diversas ameaças.
Os gráficos do jogo são lindos, talvez um dos mais bonitos da nova geração. A cidade de Nova Iorque está quase toda ali tal qual a realidade. Não é difícil encontrar na internet comparações de locações reais e como elas estão retratadas no game. Foi um trabalho incrível da equipe de direção de arte do jogo que foi capaz de fazer isso. Além da cidade, a arte do jogo está bem desenvolvida nas expressões faciais de seus personagens, em suas roupas, na interação com o cenário. O “modo retrato”é um prato cheio para aqueles jogadores que adoram tirar fotos lindas do jogo e abusar de sua direção de arte.
A gameplay do jogo para mim talvez tenha sido a parte mais decepcionante. Os movimentos do cabeça de teia são claramente inspirados nos jogos da franquia Arkham, do Batman. A única diferença são as variantes, aqui tem mais, contudo isso é minimizado pelo fato do game ser mais atual que os do Homem Morcego. A árvore de habilidades também aparece junto com a possibilidade de upar os equipamentos e gadgets do Homem Aranha. Existem alguns bugs de câmera, nada muito recorrente, mas que atrapalha as vezes. A inteligência artificial dos personagens é boa, mas vez por outra acabam dando uma travada, o que pode facilitar para os jogadores que buscam uma experiência mais difícil. A dublagem do jogo é muito boa, eu jogo todo dublado em português brasileiro e não há o que reclamar, as vozes são condizentes com os personagens, até as piadas foram bem traduzidas, sim o jogo é bastante engraçado como o Homem Aranha deve ser. Minha única ressalva quanto à dublagem é a manutenção do uso do nome do protagonista em inglês, Spider-Man. Eu entendo que a Marvel esteja querendo o uso global da marca, mas poxa, não custava nada chamar ele de Homem Aranha.
No geral, Marvel’s Spider Man é um bom jogo. Apesar dos bugs da gameplay, da movimentação do personagem e da história sem grandes revelações. É uma boa porta de entrada da Marvel no mundo dos games nessa nova geração de consoles. Agora, para um próximo jogo, o player espera uma narrativa mais complexa com mais vilões de peso, uma mecânica nova de manutenção e a manutenção dos gráficos. Esse jogo é uma sementinha muito boa para o futuro dos jogos da Marvel, agora só nos resta esperar.
Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.