Indie Games, Greenlight e como ser independente faz toda diferença.

Meu primeiro contato com o mundo dos jogos independentes foi através de Limbo, jogo lançado em 2010 como estreia da desenvolvedora dinamarquesa de jogos independentes, a Playdead. O fato de  existir a possibilidade de um jogo ser desenvolvido por uma equipe de apenas 8 pessoas, me deixou fascinado. Isso é possível? Eu posso ter uma ideia maluca e realmente fazer ela acontecer? Eu posso criar um jogo, não só para o público, mas mais importante, para mim?

 

Sim, isso não só é possível, como é “facilitado” para desenvolvedores nos dias de hoje, por plataformas como a Greenlight, por exemplo. A Steam Greenlight foi um serviço criado pela Valve em 2012 para que desenvolvedores tivessem seus jogos avaliados pela própria comunidade, e assim a Steam poderia saber quais jogos valiam a pena ou não serem colocados em sua loja.
Então, em 2017, a Valve descontinuou a Greenlight, que foi substituída pelo Steam Direct, com a promessa de que facilitaria a vida de desenvolvedores que quisessem publicar seus jogos, o que, na prática, tem sido muito controverso. Alguns desenvolvedores e profissionais na área reclamam que o novo Steam Direct só está deixando mais caro o investimento inicial, o que, segundo a Valve, realmente tem seus prós e contras, mas que eles estão estudando um modo que seja justo para todo mundo.
Quando se trabalha com grandes desenvolvedoras, mesmo tendo uma ideia genial, totalmente vinda de você, até que essa ideia chegue no processo final, o projeto já foi todo deturpado. Por executivos que preferiam de outro jeito, por falta de capacidade de terceiros, por divergências criativas com o resto da equipe, enfim, algo pode, e geralmente sempre dá, errado.

 

A partir do momento que você faz um jogo do zero, sozinho, ou com uma equipe pequena, você pode demonstrar a sua ideia, exatamente como ela é na sua cabeça, você pode dedicar todo seu amor à aquela obra, pra que ela fique exatamente do jeito que você queria, e esse é o grande diferencial de um jogo independente, para mim. Você pode ter uma ideia mirabolante e com algum (muito) trabalho, você pode ver a sua ideia criar asas, e realmente chegar a vê-la ser executada, e ver pessoas sendo inspiradas por você, sentindo exatamente o que você queria passar quando teve aquela ideia. Jogos independentes tem a tendencia de ser mais “fora da caixa”, com conceitos criativos, e mais voltados a ideia em si. Sem que o foco nos gráficos, no lucro, ou quaisquer outros possíveis motivos possam afetar o resultado final do seu jogo.
Algumas empresas grandes de hoje em dia até adotaram o visual indie em seus jogos visando o público apaixonado pelo gênero, como fez a Ubisoft com Valliant Hearts e Child of Light, e, apesar de parecerem à primeira vista, simples, são feitos com uma tecnologia chamada UbiArt Framework, uma engine de primeira linha, usada pela Ubisoft para seus jogos 2.5D.
Alguns jogos, como os citados acima, acabam chegando próximo do nível de comprometimento que um desenvolvedor indie tem com o ”coração” do jogo, mas em geral, isso acaba se perdendo. Por isso, quando digo que ser independente faz total diferença, o que eu quero dizer é que: Quando você coloca sua dedicação no projeto, para ele ter a ambientação que você imaginou, ter aquela música que combina com a história ou até mesmo ter aquela mensagem que você gostaria de passar, o resultado final é muito mais autêntico. E é exatamente isso que realmente me apaixona nesse nicho do mercado de jogos.