5 Motivos para assistir Megalo Box

 

Ashita no Joe é um mangá criado por Ikki Kajiwara e ilustrado por Tetsuya Chiba, publicado entre 1968 e 1973 com um total de 20 volumes. A obra inspirou duas adaptações para anime em 1971 e 1980 pelo estúdio de animação Tokyo Movie Shinsha (TMS Entertainment, atualmente), e a história de Joe Yabuki, um jovem marginal que vive praticando furtos e arranjando brigas, mas que tinha potencial para se tornar um grande campeão de boxe, acabou se tornando ícone da cultura pop japonesa por simbolizar superação e persistência. Para homenagear os 50 anos do mangá, o mesmo estúdio de animação das adaptações anteriores lança, então, um título original,  Megalo Box.
Como toda boa zebra, Megalo Box surpreendeu e agradou muito. Depois de se tornar o anime mais assistido da temporada de primavera aqui no Brasil, vêm acumulando boas críticas e avaliações por onde passa. Entretanto, se por algum milagre você acabou deixando a obra passar direto pelo seu radar, aqui vão alguns motivos para dar uma chance à animação.

1. Ideal para maratonar

Em Megalo Box, acompanhamos a jornada de um protagonista sem nome e sem passado. Tudo o que ele tem é seu nome de lutador – Junk Dog – uma motocicleta velha e seu sustento do dia a dia, que é participar de lutas de armadas por Gansaku Nanbu, que parece ser a pessoa mais próxima dele. Junk Dog vive à margem da sociedade, em uma cidade miserável rodeada por uma terra desolada e, embora seja extremamente habilidoso, vive frustrado em uma vida às sombras da fama. Sua história só começa a tomar outro rumo quando seu caminho cruza o de Yuri, atual campeão de megalo box.
Tudo é contado de forma consistente em apenas 13 episódios, sem perder o ritmo e o fôlego, segurando o expectador com boas doses de tensão entre um “round” e outro, mantendo a qualidade narrativa do começo ao fim. Não é uma maratona muito extensa e garanto que é extremamente recompensadora.
2. Visual cativante
A primeira coisa que chama atenção em Megalo Box é o visual da animação. O estilo lembra muito os de animes da década de 80/90, a direção de arte é detalhista e de identidade forte, o traço é grosseiro, meio rústico e o design de personagens segue a mesma lógica. Então, quando você começa o anime, a impressão que tem é de estar vendo algo familiar, causando um sentimento de nostalgia confortável que te envolve imediatamente.
3. Trilha sonora
Outro destaque imediato é a trilha do anime. Um pouco de hip hop misturado com batidas pesadas que aparece na animação muito mais para aprofundar a imersão do universo e não para carregar a emoção de quem está assistindo. Você pode escutar a OST aqui!
4. O mundo de Megalo Box
O universo em volta da história de Joe (o nome que Junk Dog adota posteriormente) é instigante por si só, principalmente por nunca ser aprofundado ou explicado demais (algo que geralmente gosto muito), temos essa sociedade dividida no que parece um futuro quase distópico cyberpunk, há os centros urbanos, em que alguns vivem muito bem, prédios altos e muita tecnologia, mas rodeando esses centros temos grandes desertos e terras devastadas, em que muitos vivem em condições sub-humanas, sem direito até mesmo à documento de identidade, e nessa sociedade o esporte mais popular é o megalo box, que é basicamente o boxe que conhecemos hoje, mas com uma diferença fundamental: os lutadores usam um equipamento, os chamados gears, quase como exoesqueletos, que melhoram suas habilidades em combate. E é essa realidade em que eles vivem que mais me chama atenção no anime, longe dos ringues e dos equipamentos de combate, me instiga muito o modo como a sociedade é organizada, a arquitetura dos prédios, a história que os locais parecem carregar por conta dos pequenos detalhes contidos na arte. E, principalmente, o que tudo isso quer dizer no contexto da série, a origem de Joe e a vontade dele de alcançar seus objetivos.
5. Mensagem inspiradora.
Sim, porque, a grande força de Megalo Box, para mim, não está em suas lutas ou na ação em si, está muito mais na mensagem, na forma como Joe sente-se vivo e, pela primeira vez, motivado  a mudar de vida, na forma como a cada episódio, ele tem que provar para si mesmo e para os outros que ele também é digno de um lugar ao sol, digno de acreditar em si mesmo e de lutar pelos seus sonhos, mesmo que tenha vindo do nada, que não tenha um nome próprio (e portanto, não seja tão gente quanto todos os outros), mesmo que seja só um vira-lata, completamente marcado pela vida, correndo e tentando sobreviver um dia de cada vez. A vontade de Joe me inspira, a gana dele em continuar de pé mesmo depois de tantas porradas, e continuar acreditando que é possível e que é capaz me faz refletir sobre as minhas próprias dificuldades, minhas próprias derrotas e minha própria vontade de “vencer”. Claro, não é uma mensagem pioneira ou única. Até mesmo dentro do subgênero de histórias de boxe é algo muito comum, mas é muito bonita a forma como Megalo Box retrata tudo isso, com um personagem dando força ao outro, se desenvolvendo juntos, fazendo com que a gente cresça junto com eles. É realmente a luta que importa nesse anime, e a luta que merece ser vista.