Made In Abyss (2017) é um dos animes queridinhos da temporada de verão, considerado, por muitos, um dos melhores de 2017. A trama conta a história de Riko, uma criança que mora no vilarejo de Orth, um lugar que se desenvolveu ao redor de um gigantesco abismo, onde a população ganha a vida explorando o local. Riko cresceu num orfanato e sonha em ser uma grande exploradora, igual a sua mãe, Lyza. Durante uma de suas explorações ela acha o menino-robô, Reg, cuja memória parece ter sido apagada, e os dois embarcam numa aventura em busca de Lyza e das lembranças perdidas de Reg.
Pessoalmente, tive um certo preconceito e demorei para começar a assistir o anime. O estilo infantil dos traços dos personagens sempre me afastava, mas a obra só precisa de um episódio para te conquistar. A historia começa meio boba, afinal é protagonizada por crianças, mas vai ganhando complexidade e seriedade a cada novo episódio, começando de fato no momento em que os dois protagonistas descem no abismo e chegando no seu ápice nos memoráveis e angustiantes episódios 10 e 13.
Um dos pontos que mais me chamou atenção no desenho é o modo como ele trabalha a curiosidade e o anseio de elaborar teorias no espectador. O anime vai te entregando aos poucos fragmentos de informações sobre o abismo, mas você nunca sabe a informação por completo, pois os personagens também não sabem. Cada camada do abismo tem quilômetros de profundidade, com a sua própria fauna, flora, geografia e regras, além de serem fartas em relíquias e envolvidas por uma força sobrenatural, a chamada Maldição do Abismo. A trilha sonora é essencial na formação desta atmosfera de mistério e inquietude. Então uma aura de fascínio e curiosidade está sempre permeando o desenho, instigando o público a se aprofundar naquele universo.
Outro ponto alto da obra, é o constante senso de perigo carregado pelos personagens. O abismo é um lugar hostil, praticamente tudo que anda, rasteja e voa quer te matar, é um ciclo eterno de predador e presa protagonizado por monstros. Entretanto, Reg, por ser um cyborg, tem poderes capazes de ajudar Riko a superar esses obstáculos, mas o anime não o transforma em um Deus Ex Machina, pelo contrário, cria limitações para o personagem, fazendo com que sempre aconteça um dilema na mente do menino antes de usar suas habilidades.
A animação do estúdio Kinema Citrus é lindíssima, traz uma história instigante e personagens apaixonantes, é definitivamente uma obra essencial para quem curte uma boa criação de universo.
Autodidata de Youtube e ex valentão da escola. Hilário adora mitologias em geral, astronomia e desenhos animados, mas seu passatempo favorito é irritar as pessoas, geralmente ele consegue. Sonserina orgulhoso, ariano, otaku reprimido e chaotic evil.