3 Mangás para começar a ler em 2018

Ano novo, hábitos novos. As pessoas sempre gostam de fazer listas de ano novo que servem como um gatilho para o desenvolvimento de novos hábitos. É bem comum você ouvir por aí frases como “esse ano eu quero ler mais” ou “esse ano eu quero ir mais ao cinema”. Nesse texto, eu te faço uma proposta: inclua um mangá na sua lista de leitura.
O mangá japonês é a representação máxima da cultura nipônica aqui no ocidente. Através dos traços e dos enredos que os mestres mangakás nos mostra, conseguimos entender um pouco da cultura japonesa e nos aproximar um pouco de uma cultura completamente diferente da nossa. Então em 2018, permita-se incluir um mangá na sua lista de consumo de cultura pop.
E claro, aqui te dou 3 sugestões de mangás de diferentes gêneros que podem te interessar.
YuYu Hakusho

 

De longe é um dos mangás mais conhecido de todos os tempos, do gênero de mangá mais popular do mundo, Shonnen (mangás de batalha voltados para o público jovem masculino). O mangaká Yoshihiro Togashi nos apresenta a história de Yusuke Urameshi, um delinquente juvenil estudante de uma escola de ensino médio. Urameshi é o típico valentão: costuma fazer bullying com sua amiga de infância, arruma brigas com alunos de outras escolas e não está nem aí para as aulas ou o seu futuro como adulto. Um dia, para salvar uma criança, Urameshi é atropelado por um carro e acaba morrendo. Só tem um pequeno detalhe: essa não era a hora do delinquente morrer. O mundo espiritual reconhece o ato de bondade do rapaz e decide dar uma chance para ele ressuscitar. É aí que nosso herói conhece Botan, a guia espiritual responsável por guiar a alma dos mortos ao outro mundo, e começa uma série de testes para voltar dos mortos. Quando o rapaz consegue ser aprovado nesses testes, o filho do governante do outro mundo, Koenma, dá a Yusuke a tarefa de detetive espiritual: o rapaz seria responsável por investigar casos de demônios e espíritos que perturbam o mundo humano.
Originalmente publicado em 1990 na revista Weekly Shōnen Jump, Yusuke Urameshi teve suas aventuras de detetive espiritual contadas até meados de 1994, no qual foi encerrada com 175 capítulos. A editora JBC trouxe o mangá para terras tupiniquins em 2002 pela primeira vez, onde contou com 38 edições em formato meio tanko (equivalente a meio volume original japonês). Em 2014 a editora relançou a obra em formato tankobon (equivalente a um volume original japonês, com acabamento de alta qualidade) que foi encerrada em 2016 com 19 volumes publicados.
YuYu Hakusho entrega tudo que o gênero Shonnen tem de melhor: personagens carismáticos, um plot simples e interessante, altas doses de humor e batalhas alucinantes e emocionantes. Togashi não é considerado um melhores mangakás de todos os tempos atoa: seus traços são consistentes e únicos, com personagens interessantes visualmente e cenas de luta impecáveis. Com certeza é um mangá que fará você querer ler os próximos capítulos o mais rápido possível.
Vagabond
 
 
Um mangá cru. Essa é uma boa definição para Vagabond. Representante máximo do gênero Seinen (mangá voltado para o público adulto, com traços mais realista e histórias mais dramáticas), Vagabond é uma obra-prima dos quadrinhos. A série narra a história do jovem Takezo, um simples camponês vivendo num dos períodos mais turbulentos da história do Japão, o shogunato de Tokugawa, iniciado após a batalha de Sekigahara. Takezo e seu amigo Matahachi, deixam a vila Miyamoto para lutar na Batalha de Sekigahara e, embora sonhem com fama e glória, eles somente encontram a derrota e um caminho repleto de incertezas. Após a batalha, Takezo separa-se de seu amigo e resolve seguir o caminho da espada, trilhando uma rota que o torna o famoso samurai Miyamoto Musashi.
O traço realista de Takehiko Inoue vai fazer você ficar admirando por minutos a fio cada um dos quadros que compõem os capítulos. A jornada espiritual de Musashi e as lições por ele aprendidas vão fazer você repensar suas próprias atitudes como pessoa. É um mangá que forma caráter e senso crítico do mundo ao teu redor.
A série começou a ser publicada no Japão em 1999 e em 2015, entrou em hiatus até os dias atuais. No entanto, seus 322 capítulos renderam a obra diversos prêmios e mais de 82 milhões de cópias vendidas. Em terras brasileiras, a história de Musashi foi publicada pela primeira vez pela editora Conrad, de 2001 a 2006. Atualmente, a mesma é licenciada pela editora Panini que publica a série desde fevereiro de 2016 em formato premium e conta com 21 volumes publicados até então.
Sakura Card Captors

 

Eu não podia deixar de te indicar o meu mangá favorito da vida. Sakura Card Captors é um dos clássicos da categoria Shoujo (gênero focado ao público feminino jovem, geralmente recheada de romance, aventura e comédia) e um mangá que marcou época. A obra roteirizada e desenhada pelas meninas do grupo CLAMP (grupo de mangakás originário da região de Kansai, no Japão, formado por quatro mulheres: Ageha Ohkawa, Mokona, Tsubaki Nekoi e Satsuki Igarashi) narra a história de Sakura Kinomoto, uma estudante do ensino fundamental em uma escola da cidade fictícia de Tomoedo, que um dia encontra um livro mágico. Do livro saem 52 cartas mágicas que são espalhadas por uma tempestade de vento causada pela magia da carta Vento, que foi libertada quando Sakura leu o seu nome. Quando as cartas se espalham, o seu guardião Kerberus, revela-se à Sakura e apresenta a nova missão da garota: juntar novamente as cartas antes que elas caiam em mãos erradas. Sakura então, torna-se uma cardcaptor.
É um roteiro inocente, simples e deliciosamente divertido. O mangá apresenta uma leitura fluida, simples e dinâmica. As autoras retratam com maestria a vida de uma garota de 10 anos órfã de mãe, que precisa se adaptar a um novo mundo no qual magia existe. As situações do dia-a-dia vividas pela garota são facilmente reconhecíveis por todo mundo que já foi uma criança um dia: implicâncias com o irmão mais velho, preguiça de ir pra escola, sofrer por amores platônicos, curtir uma tarde de domingo com os amigos… A arte do mangá reforça a leveza dessas situações: em contraste com o traço realista de Vagabond, Sakura aposta num traço levemente cartunesco e fino, com os cenários sempre sendo bastante recheados de flores e outras decorações (marca registrada dos mangás do CLAMP). O texto do mangá, no entanto, apresenta diversas camadas, que olhos mais atentos são capazes de notar; o mangá aborda de maneira bem sutil temas como reencarnação, homosexualidade e amadurecimento.
Lançado no Japão de 1996 a 2000, o mangá foi publicado no Brasil pela primeira vez em 2001 pela editora JBC em formato meio tanko e foi o primeiro mangá no país a ser vendido em bancas de jornal. Em 2012, a JBC relançou a obra em 12 volumes com acabamento de luxo e páginas coloridas, marcando a importância que a obra teve para o desenvolvimento do mangá no Brasil.
Em 2016, a série de mangá comemorou 20 anos e em comemoração o grupo CLAMP lançou uma continuação de Cardcaptor Sakura, chamado de “Clear Card Hen”, com capítulos mensais sendo lançados na revista Nakayoshi. Clear Card Hen não tem previsão de lançamento no Brasil, mas você acha pra ler internet afora.