Raven’s Home, a repetição da fórmula

Uma das novas apostas da Disney em suas produções televisivas é o retorno da personagem Raven em uma nova série, Raven’s Home. O seriado traz Raven e Chelsea, personagens de As visões da Raven (That’s So Haven), na condição de mães solteiras tentando criar os filhos.
A série nos apresenta novos personagens: Booker e Nia (filhos de Raven), Levi (filho de Chelsea) e Tess, a vizinha que mora no apartamento da frente. A história se desenvolve com a premissa de que Booker é o filho que herdou a clarividência da mãe, tendo assim uma estrutura muito parecida com o seriado que conhecíamos. Geralmente o enredo se move como antigamente, somos apresentados a uma situação prevista em uma das visões e acompanhamos como tentar remediar o que vai acontecer nunca muda o que foi visto.
Como o desenvolvimento se dá de uma forma muito parecida, dá pra perceber como a empresa está reciclando o que já funcionou para o estúdio. Tendo em vista que grande parte do fôlego que a rede teve em lançar carreiras parece não ter se mantido no decorrer dos anos. A aposta vem na busca de tentar cativar um público pela nostalgia e repetindo uma fórmula que funcionou antes. Sem a nostalgia e a volta de Raven, provavelmente seria uma série como Boa Sorte Charlie! (Good Luck Charlie), com momentos interessantes, porém esquecível.
Raven está incrível, ela parece conservar toda a dinâmica que a torna tão cativante. Porém, o personagem de Chelsea parece ter ficado mais burro. Entendo que isso é usado como recurso humorístico, mas acaba se tornando ridículo em muitos momentos. Porém, devemos levar em consideração o público alvo do canal.
Brook é quase uma incorporação de Cory, tendo os mesmos comportamentos e Nia tende a ser mais próxima da forma de ser de sua mãe. Levi apresenta um modelo maduro sendo a “criança-adulta” que muitas vezes toma conta de Chelsea. E Tess é a amiga burra que faz comentários e piadas que tornam a sua incapacidade o humor.
A série acerta em apresentar mulheres que tomam conta de suas vidas e criam seus filhos sozinhas. Acerta também em trazer uma ideia de família diferente do convencional, mesmo que as duas não sejam um par romântico, o funcionamento da casa ocorre como uma grande família e isso é o mais interessante do seriado.
No final das contas, a série se vende como um conteúdo para toda a família mas grande parte das piadas parecem ser voltadas para o público infantil. Os episódios trazem ensinamentos sobre confiança, amor, família… e pra quem consegue ver além das situações é bonito ver a profundidade de algumas situações. Pra quem busca se divertir e sentir a nostalgia é uma boa pedida.