Ser mãe ou não ser, eis a questão.
Bella é uma jovem londrina, muito bem-sucedida, rainha do universo financeiro, casada a pouco tempo e louca para ser mãe! O problema? Maridão avisou desde sempre que não queria embarcar nessa aventura e sua chefe, Susan, sempre deixou claríssimo que o maior motivo de ela ser a melhor funcionária da empresa era justamente Bella não querer ter filhos. Mas, agora ela quer. Será que é uma boa ideia fingir que a gravidez foi um acidente?
Depois de várias tentativas frustradas, eis que surge uma futura mamãe! Parece spoiler, mas não é, Bella deixa claro desde as primeiras páginas que ela vai ser mãe custe o que custar! E sabe o que custa muito? Tempo! Nove meses pode parecer uma eternidade, mas para uma workaholic que quer se tornar sócia da empresa de finanças mais famosa da city de Londres é um piscar de olhos. Como dar conta de executar com perfeição seu primeiro trabalho solo como consultora de uma grande empresa que está em declínio (e fazer muito dinheiro em cima disso), procurar uma nova casa para morar (de preferência uma que caiba um bebê), reformá-la por inteiro, ler todos os livros possíveis sobre como criar um filho, tudo isso antes da licença-maternidade?! Você pode estar se perguntando “cadê o pai dessa criança, plmdds???”. Bom, está lá, ao lado de sua amada, fingindo que ajuda.
Bom, todo mundo sabe que bebê não é brincadeira e essa criança vem para abalar a vida dessa jovem em todos os campos possíveis, e é aí que a “melhor” parte do livro começa. Fica sempre evidente o quanto Bella está envolvida e ama seu bebê, mas a maternidade é tratada como algo real, fugindo da romantização que estamos acostumados. Do parto às primeiras semanas do pequeno Markie, a gente acompanha a responsabilidade que cai principalmente sobre a mãe e o quanto uma criança pode afetar a vida de uma mulher bem-sucedida, mostrando como é difícil conciliar a vida profissional, maternal e amorosa. O mais incômodo pra mim é essa sensação de que uma mulher só pode ser realizada em tudo se houver grandes sacrifícios, parece até que carreira e maternidade são coisas antagônicas. É claro que Don, o pai, tenta ajudar, mas sabe uma ajuda bem mais ou menos? Pois é, até ele cai na real. Acho que o final poderia ter sido melhor desenvolvido, mas pense num livro que vale a leitura! Nunca tinha ouvido falar nesse livro, vi a sinopse navegando no Skoob, marquei como “quero ler”, li e tô muito feliz por ter guardado essa vontade na época, sinto que ainda vou refletir muito sobre essa história.
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Thaís Fernandes.
Sonserina com ascendente em Lufa-Lufa, rainha do Chick lit, formada em Letras, lê qualquer besteira que cair em suas mãos. Não é tão fã de poesia, mas chorou muito ao saber da morte de Manoel de Barros. Diz que não sabe falar sobre si mesma e ao ser perguntada sobre isso respondeu: “melhor jeito que achei pra me conhecer foi fazendo o contrário”. Além de escrever para o Só Mais Uma Coisa gerencia a página Comprando Pela Capa.
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