Rogue One: Uma História Star Wars – SEM SPOILERS

 

Rogue One: Uma História Star Wars (Rogue One: A Star Wars Story) é o primeiro derivado da franquia a ser feito após a compra da Lucas Films pela Disney. Sua história antecede os eventos que acontecem em Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (Star Wars: Episode IV – A New Hope). O filme é um aglutinado de sentimentos e sensações, recheado de referências à própria franquia, seja em personagens que vão aparecer em futuros filmes ou acontecimentos do passado.
É o primeiro filme da franquia sem Jedis aparecendo, isso não quer dizer que não haja a Força, assim como diz a oração do personagem vivido por Donnie Yen: “I’m with the Force and The Force is With me”, a Força é presente em todo o filme, quase como um fio condutor da história. O enredo do filme é o que mais encanta, embora não seja inovador em sua essência, ele é muito bem trabalho e desenvolvido, é o primeiro Star Wars em que realmente acontece uma guerra, no qual personagens morrem à rodo, sejam eles do elenco principal ou antagonistas.

 

Uma das grandes surpresas do filme é como o elenco é apresentado e como eles se relacionam ao decorrer da narrativa. Jyn Erso, personagem vivida pela Felicity Jones, é uma das protagonistas mais envolventes da franquia, sua história e a maneira como ela é contada, embora em apenas um filme, comprovam o carisma da personagem e faz com que acreditemos e torçamos por ela. O personagem vivido por Diego Luna, Cassian Andor, é um pouco irritante no começo, mas para o fim tem sua redenção, os personagens vividos por Donnie Yen e Jiang Wen, o primeiro com a crença na Força e o segundo o cético que usa as armas para lutar, quase um Dom Quixote e um Sancho Pança do universo Star Wars. Aliás esse filme trabalha de uma maneira muito poética com os estereótipos, desde a cidade prometida de Jedha, onde existiam os cristais para construção dos sabres de luz, até em personagens como Saw Guerrera que tem bons sentimentos, mas motivados por ações extremistas.

 

A cinematografia do filme é impecável, tudo que aparece na tela é realmente Star Wars, desde os veículos mirabolantes até o figurino do elenco e das pessoas lá estão, os quadros são bonitos e nostálgicos ao mesmo tempo e o sentimento de que alguma coisa grande e tenebrosa vai acontecer é transpassado pela escolha da paleta de cores, dos figurinos e dos enquadramentos e isso faz com que o filme fique muito poético visualmente falando. Em relação aos personagens retratados em CGI, o primeiro que aparece (várias vezes durante o filme) é o que mais me incomodou, apesar de ser bem-feito, é possível perceber que não há um ator real ali, não só pelo CGI, mas pela maneira como o personagem interage com outros, nos diálogos etc. A segunda personagem que aparece, quase no fim do filme, é mais crível, tanto nos detalhes quanto na voz e na maneira como é apresentada, até porque foi feito um trabalho com uma atriz real e com CGI. Contudo, o uso da computação gráfica para reviver certos personagens não compromete em nada o andamento do filme, pelo contrário, nos dá esperança do uso em futuros filmes para reviver outros personagens, é de se tirar o chapéu e ficar ansioso pelos próximos filmes.

 

O grande temor de Rogue One: Uma História Star Wars era que ele fosse um filme feito exclusivamente para dar suporte ao Episódio IV: Uma Nova Esperança, nisso ele surpreendeu ao entregar uma história tão bonita e, ao mesmo tempo, triste. Pois desde o início do filme sabemos o que acontecerá aos personagens, pois já vimos o próximo filme, mas mesmo assim torcemos por eles, esperando que não acabem do jeito que acabaram, pois todo esse sentimento é Star Wars e vive dentro de cada fã, parafraseando a oração: “ I’m with Star Wars and Star Wars is with me”.