O Universo de No Man’s Sky

Após mais de 40 horas de jogo, No Man’s Sky mostra que é, na verdade, uma jogada muito ousada da praticamente desconhecida Hello Games, a empresa traz um jogo completamente diferente dos demais, indo na contramão de todas as vertentes, enfrentando a grande moda do jogo que só pode ser bom se tiver multiplayer.

 Focado na exploração, No Man’s Sky permite fazer o playthrough de maneira livre, também conhecido como “sandbox”, explorando os planetas em sua totalidade, catalogando as formas de vida, aprendendo os idiomas alienígenas, coletando materiais ou só usando o planeta como uma fonte de recursos mesmo. Os jogadores exploram a galáxia de Euclides, somos guiados pela entidade Atlas com o objetivo de alcançar o centro dessa galáxia em busca de conhecimento. No decorrer do game encontramos partes dessa entidade e a cada novo encontro vamos descobrindo mais sobre esse ser misterioso.

 

Existem inúmeras espécies conscientes que podem ser encontradas, cada uma com línguas distintas, conhecimentos e tecnologias únicas, essas espécies podem ser encontradas em estações espaciais e em pontos de interesses no interior de edifícios durante a exploração.  O jogo conta com um sistema de reputação de vários níveis que aumentam conforme você vai ajudando as outras raças e passando nos testes propostos, proporcionando o jogador recompensas como plantas dos equipamentos, dinheiro, relíquias, localizações e palavras do vocabulário de determinada raça.

 

As raças encontradas na galáxia de Euclides são as seguintes:
Os Gek são criaturas de baixa estatura com uma aparência meio reptiliana, se comunicam tanto por falas quanto por aromas, no decorrer dos diálogos percebe-se que eles reproduzem o sentimento em forma de aroma. Os monumentos Gek testam o jogador de forma pragmática, colocando-o em uma situação em que ele terá que escolher entre poupar vidas ou tirá-las do sofrimento, matando-as.
   Os Korvak são formas de vida quase imortal, possuem uma aparência meio robótica, na verdade eles parecem bastante com os integrantes da banda Daft Punk (ou seriam os integrantes do Daft Punk que são alienígenas? Fica aí o questionamento). São seguidores e veneram a entidade Atlas, eles ajudam o jogador buscando as centrais de Altas, buraco negros que podem ser usados na aproximação do player ao centro da galáxia. Um fato curioso sobre os Korvak é que quando estão perto da morte trocam sua mente e colocam-na em um novo corpo. Os monumentos Korvak testam o jogador transformando-o em uma cobaia, a melhor coisa a fazer nesses casos é deixar que eles estudem, sempre fornecem bons equipamentos ao longo do jogo.

Já os Vy’keen são os brucutus. Grandes mandíbulas, corpos fortes e meio encurvados, são considerados grandes guerreiros honrados e gratos, sempre que se ajuda um Vy’keen eles se sentem obrigados em retribuir o favor e tem grande respeito pelos seus ancestrais, toda sua tecnologia é voltada para o combate e se destacam em poucas coisas além de usar a força bruta para resolver os problemas. Se comunicam bastante pela leitura corporal e postura do outro, além de uns rosnados junto do dialeto. Os Vy’keen tem uma grande desavença com os sentinelas e com o próprio Atlas pois os Vy’keen não permitem a caça aos animais, destruição e guerras não justificadas. Eles acreditam que a morte é inevitável e os sentinelas estão impedindo que isso aconteça já que tentam proteger tudo na galáxia.

 

No Man’s Skyé um jogo que atinge um tipo certo de consumidor, aquele que quer desfrutar um bom game e relaxar enquanto explora os planetas, aquele que procura uma experiência de jogo mais lenta e satisfatória, para quem já gosta de sandbox é um prato cheio, mesmo tendo fugido um pouco do que foi apresentado durante seu processo de desenvolvimento. Pra outros tipos de público pode ser que ainda deixe muito a desejar, mas eu sei que encontrei uma experiência grandiosa que, com certeza, vai me ocupar muito pelos próximos meses. 
 
João Júnior a.k.a Yonk Jr é broadcaster no Twitch e estudante de direito na Universidade de Fortaleza (UNIFOR) nas horas vagas, faz transmissões diárias de jogos diversos em seu canal, é especialista em memes e dançarino profissional de passinho do romano e do reggae. Já era mestre Pokémon antes de virar modinha e sempre acreditou no coração das cartas. Sabe cantar e tocar violão, só não sabe onde é que fica o limite da zoeira.