2015 foi um ano, no mínimo, interessante em se falando de séries.
Foi, provavelmente, o ano em que eu mais comecei a ver séries estreantes, ou seja, que estavam apenas na promessa, o que inevitavelmente resultou em algumas decepções, como The Bastard Executioner (inclusive já cancelada) e Wayward Pines (escrevi sobre meu descontentamento aqui), mas também em algumas boas surpresas, como The Last Kingdom, que eu, como bom fã dos livros que a inspiraram, temia ser uma bomba, mas que, apesar de não condizer com a grandiosidade de seu material original, conseguiu realizar bem seu papel.
Este ano também decidi abandonar algumas séries que havia começado em anos anteriores, como Gotham, The Last Man on Earth e Under the Dome (não sei como ainda resisti tanto tempo a esta última). Algumas, apesar de suas últimas temporadas bastante ruins, persistem na resistência, como True Detective, Hell on Wheels e The Walking Dead.
Por falta de tempo também acabei não vendo as últimas temporadas de algumas séries que acompanho e que, por isso, perderam a chance de aparecerem nesta lista, como a quinta temporada de Homeland, as segundas de Les Revenats e The Affair e a terceira de Vikings.
E há também algumas séries que gostaria de ter começado em 2015, mas que simplesmente não deu, como Master of None, Bloodline e The Man in The High Castle. Mas deixa estar, temos um 2016 inteirinho pela frente.
Farei aqui então duas listas, uma com as cinco melhores séries veteranas que consegui ver em 2015 e outra com as cinco melhores estreias do ano. Lembrando que as séries não estão em ordem de qualidade (até porque seria um drama pra mim fazer isso).
Vamos às listas:
MELHORES VETERANAS DE 2015
House of Cards – 3ª Temporada
Consegue o feito improvável de, não só se manter no mesmo nível de qualidade das temporadas anteriores, mas de ter uma alta impressionante. Inclusive, Claire Underwood, que mulher.
Game of Thrones – 5ª Temporada
Certamente não foi a melhor temporada da série, no entanto tivemos momentos grandiosos e muito esperados pelos fãs dos livros e alguns surpreendentes levando-se em consideração que a série está chegando ao limite final de seu material original (o que foi aquela batalha de Hardhome, pelos sete).
Louie – 5ª Temporada
Apenas se afirmando como uma das obras com o humor mais afiado e inteligente que eu já tive o prazer de ver. Sem dúvidas Louies CK é um dos melhores nomes do humor da atualidade.
Fargo – 2ª Temporada
Depois de uma primeira temporada gloriosa de tão surpreendente, achei que a segunda não conseguiria nem chegar perto, mas felizmente a série não sofreu “True Detectivação” e nos presenteou com uma belezura de história de guerra entre máfias e um mau entendido pra nenhum fã de irmãos Coen botar defeito.
Hannibal – 3ª Temporada
Um dos cancelamentos de série mais tristes que eu já passei. A minha opinião é que o mundo não estava preparado para uma série como Hannibal. ‘Sublime’ é a primeira palavra que me vem à cabeça quando penso na série e esta última temporada fez uma ótima introdução ao universo que já conhecíamos do canibal com o aparecimento do Dragão Vermelho Francis Dolarhyde interpretado por um inspirado Richard Armitage.
Menções Honrosas: Black Sails que deu um salto de qualidade desde sua primeira temporada e Broad City <3, Abbi e Ilana amores da minha vida.
MELHORES ESTREIAS DE 2015
Um presente pros órfãos de Breaking Bad, se mostrou não apenas um mero spin off como muitos estavam esperando (coff Fear The Walking Dead coff), mas uma série com enredo denso e inteligente que trata da trajetória autodestrutiva de um homem (Vince Gilligan sabe bem fazer isso) através de um humor encorpado e arguto.
Padilha se mostrou uma escolha bastante acertada para encabeçar uma série sobre uma temática como a que Narcos nos apresenta e trouxe consigo um Wagner Moura inspiradíssimo no papel de Pablo Escobar, dando uma profundidade incrível ao personagem.
Uma das melhores coisas do ano! A série conseguiu nos fazer lembrar do humor galhofas e espalhafatoso da clássica obra prima de Sam Raimi de 1981 e de suas duas continuações, e que maravilha foi ver que Bruce Campbell está tão em forma do que nunca.
Sim, botei as duas de uma vez só mesmo e se reclamar boto o Luke Cage também. Meus amigos, que aula de série de super-herói essas duas (aprende CW/Warner). Ambas extremamente corajosas, utilizando de seus enredos para tratar de temas atuais e importantes como especulação imobiliária e relacionamentos abusivos e o que dizer de vilões altamente complexos como foram Wilson Fisk/Rei do Crime e Killgrave?
Com certeza a maior e melhor surpresa dessa lista. Uma série com um ritmo frenético e diálogos com tiradas inteligentes Mr. Robot consegue conquistar o público já em seus primeiros episódios nos trazendo uma trama surreal e complexa envolvendo hackers e teorias da conspiração, além de um protagonista com aquele grau certo de pessimismo.
Menções Honrosas: Sense 8 (What’s Up foi uma das coisas mais arrepiantes desse ano) e Mozart in the Jungle <3 por motivos de Gael García Bernal
É isso galera, que 2016 nos traga mais e mais séries maravilhosas pra enlouquecermos.
Cineasta e Historiador. Membro da ACECCINE (Associação Cearense de Críticos de Cinema). É viciado em listas, roer as unhas e em assistir mais filmes e séries do que parece ser possível. Tem mais projetos do que tem tempo para concretizá-los. Não curte filmes de dança, mas ama Dirty Dancing. Apaixonado por faroestes, filmes de gângster e distopias.