Fargo: 2ª Temporada

Quando o elenco da segunda temporada foi anunciado, confesso que minha decepção foi instantânea.
[SEM SPOILERS]
Eu nunca curti muito a Kirsten Dunst e Patrick Wilson era apenas o Coruja de Watchmen pra mim. Mas como é bom ser surpreendido. Ambos foram responsáveis por atuações primorosas durante toda a temporada e na season finale contracenaram em um diálogo que é um dos mais memoráveis que eu me recordo em uma série de TV (e mais uma vez na temporada temos sitado o Mito de Sísifo de Albert Camus, tão caro ao que esta tenta nos apresentar). E temos, claro, Jesse Plemons (que já tinha mostrado um pouco de seu potencial em Breaking Bad) que junto com Dunst fazem um dos casais mais complexos que eu já vi na ficção, fugindo de estereótipos ou utilizando-os como aprofundadores. Todo o elenco restante, juntamente com seus personagens, mesmo os mais caricatos, estão incríveis (a família Gerhardt inteira está de parabéns), dando continuidade ao que já vimos na primeira temporada e novamente fico maravilhado como a série consegue ter aquela pitada certa de humor negro e a complexidade narrativa, bem como uma história absurdamente inacreditável pelos quais sou tão apaixonado nos filmes dos Irmãos Coen.
As ligações com a história contada na temporada inicial (que se passa já nos anos 2000, enquanto na segunda estamos em 1979) como a família Solverson, vão ainda além neste último episódio, conectando o personagem responsável pelo massacre, Hanzee, com o chefe da máfia de Fargo na primeira temporada, além de easter eggs menores, mas que dão uma vontade danada de rever a season 01.
Fargo se confirma, com esta segunda temporada incrível, como uma das minhas séries favoritas, com um enredo extremamente bem construído e personagens incrivelmente multidimensionais. Já estou ansioso pela terceira temporada (que, infelizmente, só sai em 2017).