Foi numa noite de UFC e bate papo que eu ouvi pela primeira vez sobre um tal de Shingeki no ki o que? Há muito tinha abandonado os animes e mangás, tirando aquela eventual nostalgia de ver alguns episódios clássicos ou aquele espiada mensal pra ver a quantas anda o mangá de Naruto. Nem mesmo esses sucessos de crítica e público como Death Note ou One Piece me despertaram real interesse em voltar para esse mundo. Bem, nessa dita noite alguns amigos começaram a falar sobre esse tal novo anime que estava saindo, na realidade falavam bem empolgados, na verdade tão empolgados que na mesma noite eu resolvi dar uma chance e ver um episodio, então eu vi dez na mesma noite!
O enredo começa aparentemente bem simples, a humanidade quase exterminada por uma raça de gigantes chamados Titãs, os sobreviventes encontram refugio atrás de imensas muralhas que são três vezes maiores do que os maiores dos gigantes, e depois de muito conflito vivem uma longa época de relativa paz, até que, do nada, aparece um Titã do tamanho da muralha e com um chute abre um imenso buraco por onde os titãs menores entram, daí já viu né, começa o massacre do elenco a la um certo Martin.
Nosso protagonista é Eren Jaeger, um garoto que desde pequeno nutria o sonho de se juntar a Tropa Expedicionária, que viaja para além da muralha para tentar descobrir informações que ajudem a derrotar os gigantes, junto dele temos Mikasa Ackerman sua prima que é a fodona do anime e dedica a vida a proteger o Eren, por fim Armin Arlert que é o amigo fraco, porém com um coração bom e muita inteligência e aquela coragem do covarde ou covardia corajosa. E outros vários personagens secundários alguns muito bons, outros nem tanto. Mas não se deixe enganar pelos estereótipos de anime, as relações aqui são muito bem tecidas, os propósitos de cada um muito bem construído, rapidamente você é cativados por eles.
Porém, o que mais me chamou a atenção foi o caráter de distopia que o anime possui, onde você não tem certeza se é um futuro alternativo do nosso passado, uma distopia do presente, ou um futuro apocalíptico, a modernidade e medievalidade se misturam de uma maneira muito interessante. Sutis detalhes de uma estrutura política corrupta podem ser percebidos, e um forte questionamento sobre a inexistência de liberdade numa vida atrás de muralhas principalmente na figura de Eren e Armin é muito bem explorado. Os vários mistérios que vão sendo apresentados na historia te dão aquele gosto de quero mais. Algo que vale destacar também são as feições desses gigantes, com aparências que variam entre crianças e adultos, seus rostos trazem marcas de alegria, tristeza, desespero ou dor porem sempre carregadas de um ar de sadismo o que da uma agonia ao olhar pra eles, eu diria até um certo medo.
Por fim, porém não menos importante, as cenas de ação são de tirar o folego. Através de um instrumento que eles chamam de Equipamento Tridimensional os soldados combatem os titãs disparando arpões em paredes e árvores e usam gás pressurizado para se mover no ar e terem velocidade em seus movimentos, para compensar a óbvia diferença de tamanho e buscando acertar a parte de trás do pescoço que é aparentemente a única forma de matá-los. Essa explicação pode ser meio confusa, mas no anime é bem legal.
Apesar do mangá já está adiantado em relação ao anime, pelo que já vi é o tipo de história cheia de mistérios. Com muitas reviravoltas e surpresas, e gostei muito do que vem sendo feito visualmente no anime, então decidi acompanhar por ele e não ter spoilers, mas para os apressadinhos a dica tá ai.
Shingeki no Kyojin mesmo com toda a empolgação com que me foi passado, definitivamente atingiu e até superou minhas expectativas, recomendo para quem gosta de animes e para quem não gosta pode quebrar paradigmas e preconceitos com o formato.
Dá uma olhada nesse pequeno trailer:
Por Wilson Júnior
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