Hannibal

Uma palavra para descrever Hannibal, a nova série do canal americano NBC: incrivel!
Eu entendo que é muto arriscado julgar uma série pelo piloto, mas dessa vez eu me arrisco. Digo mais, eu aposto na série. O problema são as mentes brilhantes da audiência norte-americana aprovarem, que é o que conta para o sucesso ou não de uma série.
Apesar de não gostar muito da ideia de uma série baseada em um filme (que por sua vez já é uma adaptação de uma obra literária), Hannibal se mostrou extremamente independente de suas bases, e mesmo assim manteve as qualidades das mesmas. Pra quem não sabe, a história do nosso querido psiquiatra forense (e serial killer canibal nas horas vagas) Dr. Hannibal Lecter, foi contada pela primeira vez pelo escritor estadunidense Thomas Harris, no livro Dragão Vermelho, que teve mais três sequências. A adaptação para o cinema do segundo livro da série, O Silêncio dos Inocentes (The Silnece of The Lambs, 1991) foi um sucesso absoluto, vencendo 5 das 7 indicações ao Oscar, entre eles o de melhor filme, melhor diretor, melhor atriz para Jodie Foster e melhor ator para Sir Anthony Hopkins, no papel de Lecter, e sem dúvidas em uma das melhores atuações da história do cinema (eita, chega deu vontade de assistir novamente!). Houveram adaptações cinematográficas dos outros três livros, não tão bons como o primeiro, mas apenas bons.
Na série, vemos uma “prequela” de Dragão Vermelho, ou seja, podemos saber como foi o primeiro encontro entre o conturbado agente do FBI Will Graham (interpretado na versão cinematográfica por Edward Norton) e o Dr. Lecter, quando o último ainda era apenas um conceituado psiquiatra. Na trama, pelo menos inicialmente, Lecter é chamado para cooperar nas investigações de Graham, que tem a incrível habilidade de ter uma experiência empática de nível máximo com os assassinos, em outras palavras, ele consegue se imaginar sendo o próprio assassino de maneira extremamente real.
Ainda é muito cedo para dizer que as atuações são impecáveis, mas pelo menos neste piloto todo o elenco se saiu bastante bem. Hugh Dancy conseguiu passar o nervosismo de Graham para o expectador de tal maneira que nós mesmo ficamos nervosos; Laurence Fishburne como o agente Jack Crawford faz bastante bem seu papel de policial durão, mas paciente; e por último, o peso da responsabilidade de nos trazer de volta uma das personagens mais enigmáticas da ficção, Mads Mikkelsen como Dr. Hannibal Lecter. Na minha opinião, não poderia haver melhor escolha para o papel. Mikkelsen tem uma das caras mais duras que eu já vi na vida, e a calma que demonstra em uma das cenas do episódio, quando está “tratando” de um pulmão humano para certamente preparar uma de suas deliciosas iguarias culinárias, só não é maior do que quando observar com demasiado interesse o desespero de Graham ao tentar tapar, sem sucesso, um profundo corte no pescoço de uma vítima e depois ele mesmo o fazendo com a perfeita calma de uma velha que tricota um cachecol para seu netinho.
Bom, o que posso dizer é que, pra quem gosta de thrilers psicológicos, séries policiais e de serial killers, o ano tá bom. Já tivemos The Following (já escrevi anteriormente sobre ela aqui) que tá foda pacarai; Bates Motel (que ainda não assisti, mas prometo escrever sobre quando ver); e Cult (que ainda não assisti e nem sei se o vou).
PS: Pra quem nunca viu os filmes, seria interessante ver antes de assistir a série.